terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Luta contra o preconceito



Hoje, primeiro dia do mês de dezembro, é o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Esta data surgiu em 1987, a partir da decisão da Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Sua principal meta é fortalecer ações de solidariedade, compaixão, tolerância e compreensão para com as pessoas que têm o HIV/AIDS. Além disso, sempre ocorrem atividades com objetivos de prevenção e informações a respeito do vírus.

Minha dissertação de Mestrado foi sobre mulheres que contraíram o vírus de seus companheiros. Portanto posso afirmar, baseada em resultados científicos, que a principal fonte de conflito para quem tem o HIV é o preconceito.

Infelizmente parte da nossa sociedade pouco sabe a respeito desta síndrome, dificultando a desconstrução desse fantasma criado em torno do vírus. Quando a epidemia começou, no início dos anos 1980, muitas pessoas morreram em decorrência dela. Além disso, se pensava, equivocadamente, que havia um grupo de risco.

Quem fazia parte de tal grupo era também estigmatizado: homossexuais, usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo. Desta maneira, a discriminação destinada a tais indivíduos foi deslocada para também os portadores. Os hemofílicos, as mulheres e as crianças, posteriormente com o vírus eram vistos como “vítimas inocentes”.

Parte conservadora da sociedade encarou a epidemia como um castigo para os “pecadores”. Grande bobagem, mas de uma força avassaladora, que faz com que em trinta anos ainda não tenha sido totalmente desfeito tal estigma.

Então, mulheres e demais pessoas com o HIV tentam esconder sua sorologia para não sofrerem preconceito. Tais indivíduos precisam de um grande suporte para ressignificarem suas vidas após se verem com um vírus que ainda possui grande valor moral.

HIV é um vírus que atinge um organismo. Ele é democrático, não escolhe por nenhuma característica ou comportamento especial. Está tanto na rua como em casa. Não se trata de banalizar a síndrome. Afinal, por causa dela, o sujeito se vê obrigado a fazer exames e ir consultar periodicamente. Quer dizer, é uma coisa chata, assim como quem é diabético precisa medir o açúcar e fazer insulina. Se tornou uma doença crônica, não mais um atestado de morte.

O que mata mesmo é a morte social, resultado de preconceito, discriminação e burrice. O vírus é transmitido pelo sexo, pelo sangue da gestante para o feto, ou seja, não “passa” em abraço, beijo, conversa ou qualquer coisa mais.

Todos nós, em algum momento da vida, nos vemos com um tipo preconceito: são heranças sociais que carregamos. Nossa batalha é refletirmos a respeito, pensarmos logicamente para desfazer os rótulos que reproduzimos. São muitos os pré-conceitos que transitam em nossa sociedade e nenhum deles faz sentido.

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