quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cinco Minutos


Celia Anderson 123RF


Minha sobrinha já demonstra, em seus quatro anos, os momentos de fuga que qualquer ser humano adulto já teve ou terá uma vez na vida, ou mais.

Insatisfeita com rumos sobre um desejo seu não atendido, resolveu pegar duas bolsas. Nelas ela colocou algumas bonecas, lápis de cor, revistinhas, livrinhos, enfim, itens básicos, além da sua bandeira do Grêmio.

Abriu a porta de casa pronta para cair fora. Dar um tempo. Lógico que isso não ocorreu de fato, ao chegar no corredor do prédio, pensou ... voltou, ciente de que seu ato não tinha o menor cabimento.

Dias incolores, problemas que parecem sem solução, desentendimentos, sensação de estar perdido, uma vontade não realizada, enfim, podem ser muitos os motivos para esse desejo de fingir que não se é quem é, de esquecer de tudo, de dar um tempo.

Talvez cinco minutos sejam necessários para visualizar a situação sob outro ângulo, menos ou nada desesperador. Assim, como a minha sobrinha, é possível voltar numa boa, superando o que antes parecia insuportável.

3 comentários:

  1. Já te comentei que tem publicar um livro com teus textos.Tá espetacular

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  2. Muito bom teu blog, Li!
    Saudades!!!

    Vou te seguir!!!

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  3. Adorei, ainda mais conhecendo a personagem inspiradora do texto!!! Céres

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