Ontem os jornais noticiaram mais dois ataques terroristas em Bagdá, Iraque. Centenas de pessoas foram feridas e mortas. Uma tragédia. Aliás, mais uma tragédia.
Conheci um iraquiano. Convivi com ele por algumas semanas. Conversei com ele sobre diversos assuntos, entre eles, sobre o Iraque. Foi a primeira vez que conversei com um iraquiano sobre o seu país e é algo que registrei. Afinal, sempre temos notícias por intermédio da televisão e dos jornais.
Na primeira conversa que tivemos a respeito, sua pequena cidade, no dia anterior havia sofrido um ataque. Sua família estava bem, assim como sua casa. Ele me contou isso com uma calma indescritível. Não que isso não tenha tido importância, mas a fala vem de olhos que já testemunharam a guerra Irã – Iraque.
Ele me disse que houve muitas perdas nos bombardeios, como se imagina, de construções históricas desde o início da invasão dos Estados Unidos em março de 2003. Os americanos salvaguardaram com afinco o Ministério do Petróleo, deixando as verdadeiras preciosidades históricas e culturais do país sujeitas a saques e destruição.
O país, conta este meu conhecido, sofre de cortes de eletricidade constantes; em muitas regiões não há luz. A religião da maioria dos iraquianos é a islâmica, com duas subdivisões: sunita e xiita. Este que conheci é cristão e diz que seus companheiros de religião, em grande parte, fugiram do Iraque para viver em outros países.
Para vir para cá, ele não fez o visto no Iraque, não soube me dizer por que. Os iraquianos tiram-no na Síria ou no Irã. O governo iraquiano tem sob sua tutela a casa dele, para ter a certeza de sua volta ao seu país quando seu curso aqui na Inglaterra terminar.
O Afeganistão, outro local em conflito, aqui é notícia recorrente. Afinal, centenas de soldados britânicos estão neste país. Acompanhei há meses a morte de um soldado. A viúva ganhou destaque, assim como o funeral. A maioria dos britânicos é contra a presença militar por lá.
O Primeiro Ministro Gordon Brown não consegue ganhar amplo apoio a respeito disso. Vi em algumas cidades inglesas manifestações contrárias. A que mais me marcou aconteceu na cidade de Bath, onde senhores e uma senhora seguravam cartazes contra a guerra (foto acima).
Na universidade, vi cartazes apoiando a ideia de retirada dos soldados britânicos do Afeganistão. Muito diferente das manifestações políticas nas universidades e nas ruas brasileiras, em que nossos manifestantes estão muito mais centrados em questões internas do que nas internacionais.
Iraque e Afeganistão nunca estiveram tão perto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário