quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Relações Amorosas


Roksana Bashyrova 123RF


Pensar e discutir sobre o tema ‘relacionamentos’ sempre foi uma atitude constante para mim e provavelmente para você também.

A complexidade que ronda a relação amorosa é tão grande que não conseguimos dar conta, frequentemente, de percebê-la. Assim, tendemos a simplificar: “está a fim de mim”, vai me procurar, “não está”, não vai.

Lembro-me do filme “Ele não está tão a fim de você”, que tenta escancarar a verdade de que muitas vezes inventamos desculpas pela mancada ou indiferença do outro, para continuarmos com nossos anseios românticos.

A rede de relacionamentos é complexa, por certo. Porém, dá para tentar ler algumas de suas partes. Para isso, talvez seja uma interessante ideia adicionar um pouco do “determinismo”, que diz que se a pessoa estiver com vontade de estar com você, fará tudo para demonstrar isso. Também acrescentar um pouco do romantismo, que torna a reação frente ao outro um pouco mais tolerante, mais paciente e esperançosa.

Gostar de alguém ou estar atraído, mobilizado pelo outro é um departamento. O outro departamento abarca as questões da realidade. Explico melhor. O primeiro é da ordem dos sentimentos; o outro é da disponibilidade afetiva em assumir ou tentar uma relação. Penso que o segundo item é o fundamental para que qualquer relação inicie.

Posso estar apaixonada por alguém, mas se eu não tiver uma disposição para materializar isso, essa paixão permanecerá só para mim. Nem estou entrando na questão de se o cara vai estar a fim e etc. Apenas na minha vontade de suportar as angústias e os medos que qualquer relacionamento amoroso provoca em alguns momentos.

Disponibilidade afetiva é isso, é a capacidade de se arriscar, de se expor, de investir em uma relação, com todas as dúvidas possíveis de seu momento inicial. É sentir o medo de errar ou de fazer papel de boba e mesmo assim seguir. Lógico que um sentimento forte pelo outro funciona como um excelente combustível para manter essa postura.

Já testemunhei vários casais que teriam tudo para ser felizes por anos, quem sabe por toda a vida. Porém, estavam em momentos de vida diferentes. Isso faz parte da ordem da realidade. Não foi pouco amor, foram diferentes caminhos.

Deixemos de lado a bandeira ultra-romântica que aplica a ideia que o amor pode tudo. Finquemos nossos pés no chão. O amor é muito importante, muito! Mas não é o único ingrediente da receita.

Um comentário:

  1. Essa questão da disponibilidade vem à minha cabeça com frequencia... ainda não sei até que ponto acredito nela ou se quando alguém não está "disponível" é simplesmente porque aquele amor, ou aquela atração simplesmente não foi forte o bastante pra fazer engranar essa relação... será? Bom de qualquer forma acho que agora os momentos de vida estão passeando pelo mesmo lugar...rsrsrs
    P.S.: tem carta a caminho ;)

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